sábado, 16 de fevereiro de 2013


Ba-Bahianas é impedida de desfilar nas ruas do centro e praia do Gonzaguinha 


Pedrinho Spilotos a esquerda, 89 anos de pura tradição
Este ano não começaremos nossa abordagem falando do melhor do carnaval da Baixada Santista, pois tivemos eventos lamentáveis, que infelizmente cercearam o direito do povo Vicentino de forma arbitrária e inconsequente. Andando na contramão da historia, a cidade de São Vicente, de forma arbitraria, varreu do calendário a folia de momo e todos os seus festejos e acabou por ganhar negativamente as manchetes dos principais jornais da região. Alegando estar cumprindo uma ordem judicial os dirigentes da cidade, cada um em seu grau de responsabilidade, simplesmente se omitiram e ignoraram a parte da população, que além de gostar do carnaval, depende dele para sobreviver. Apoiados em uma liminar judicial, que supostamente proibia as manifestações publicas nas ruas da cidade, os governantes, aproveitaram para mostrar as unhas e a mão de ferro do estado. Como que a lembrar a ditadura, onde aqueles que detinham o poder, oprimiam com a mão armada do governo a população menos abastada; os mandatários do poder acuaram o povo e proibiram o carnaval na cidade. Enfileirados, os agentes do estado, fizeram valer sua vontade, inibindo e coagindo a população, que por ventura se manifestou, buscando na folia de momo alguma diversão. Um dos eventos, visado pela horda, que não soube interpretar a sentença judicial, foi o desfile do maior bloco carnavalesco da Baixada Santista, o das Ba-Bahianas Sem Tabuleiro, que normalmente reúne mais de 100 mil pessoas e que é tradição na região. Formado em 1936 e completando 74 anos, carrega consigo a tradicionalidade do carnaval critico, onde a sátira política está sempre presente, e a irreverencia é a característica dos foliões. Pessoas como o seu Pedrinho Spilotos, folião de 89 anos, que não perde um desfile se quer.“ Não perco um desfile, essa energia me faz muito bem, e me faz relembrar o meu tempo de menino. Deixar de sair no bloco das Bahianas e o mesmo que negar uma parte da minha historia de vida e da cidade de São Vicente”, desabafa Pedrinho. Municiados de uma força tarefa policial, como nunca vista na cidade, os mandatários do poder procuraram inibir a população, que não se intimidou. Mostrando que tradição se mantem com respeito e consciência as pessoas começaram a concentração como de costume a frente do campo Mansueto Pierotti, de onde tradicionalmente sai o desfile. Cercados por um forte esquema policial e por dezenas de agentes de transito o único trio elétrico, disponibilizado graciosamente pela empresa Som Time, teve que ser vistoriado antes de prosseguir. Afronta , o bloco que tradicionalmente desfila pelas ruas do centro da cidade, onde é ovacionado pela maioria da população, em direção a praia do Gonzaguinha, este ano teve seu trajeto alterado. Os foliões na sua grande maioria oriundos dos bairros mais pobres, tiveram seu direito de livre expressão ignorados, foram empurrados de volta para periferia, forçados a desfilar e percorrer as ruas do bairro, pois os ricos, aqueles que moram e vivem na praia, estes tiveram o seu direito preservado – o de ir e vir livremente – pela tal liminar e pelos agentes mandatários do governo. Vigiados de perto pela força policial, os contribuintes, as crianças e adolescentes, foram ensinados que a força do estado age sempre de acordo com a legalidade. O que ninguém soube explicar, foi a concentração de grupos criminosos no meio da multidão, fazendo uso de entorpecentes e de bebidas alcoólicas, inclusive com menores, a poucos metros dos policiais. Outro fato curioso foi a concentração obstruindo a via publica, Av. Marques de São Vicente, por um grupo que continuou a farra depois do desfile, e seus integrantes depois de alcoolizados, passaram dirigindo por vários policiais e ainda deram tchauzinho. Algumas pessoas indignadas, que não quiseram se identificar, pois ficaram com medo de represálias, uma vez, que para as pessoas de bem, tem Lei e Ordem, já para os traficantes e a corja do mal - estes parecem continuar a dominar a cidade - reclamaram da impunidade e saliência dos marginais, pois parecia que os policiais ou estavam com medo dos delinquentes ou faziam vistas grossas ao abuso, coisa de se estranhar.
Fotos do bloco em breve neste link