Por Klinger Branco
ESCOLAS MOSTRARAM QUE TEMPO RUIM E ADVERSIDADE NÃO ASSUSTA O SAMBA DA BAIXADA
Ontem nove escolas
ignoraram o mau tempo e mostraram na passarela Dráusio da Cruz o
melhor carnaval da Baixada Santista. Quem deixou de ir ao Sambódromo
com medo do mau tempo, perdeu uma grande festa. Os desfiles começaram
com um pequeno atraso, mas nada que comprometesse o espetáculo. Os
grupos 1 e de acesso abriram a Passarela do Samba mostrando que não
devem nada ao grupo especial, fizeram uma grande festa e a disputa
este ano vai ser boa. A escola Dragões do Castelo abriu a passarela
seguida por Unidos da Baixada, Imperatriz Alvinegra, Bandeirantes do
Saboó e Império da Vila. Ainda na primeira noite desfilaram as
agremiações do Grupo de Acesso: Unidos da Zona Noroeste, Padre
Paulo, Brasil e Mãos Entrelaçadas. E hoje a avenida vai tremer com
a elite do samba santista, onde desfilarão oito escolas do Grupo
Especial. Sendo elas: Mocidade Dependente do Samba, Vila Mathias,
Amazonense, União Imperial (atual campeã), X-9, Unidos dos Morros,
Sangue Jovem e Real Mocidade Santista. Este ano o público não
respondeu muito bem a ideia da Secult de antecipar os
desfiles das
escolas de samba. As arquibancadas estavam vazias, as frisas tinham
pouca gente e o público não parecia muito animado com a disposição
da estrutura montada para atender os foliões. Parece que o desprezo
da administração pelo carnaval de rua, onde as agremiações foram
marginalizadas, aliado a má assessoria da Secult, acabou refletindo
diretamente na passarela. Muita gente reclamou que a antecipação da
festa, que acontece uma semana antes do Carnaval oficial, atrapalha
a vida de muita gente, pois a maioria trabalha para viver e não pode
abandonar o serviço para brincar o carnaval.
Segundo Valdemar dos
Santos, promotor de vendas, toda essa bagunça gerada pelo poder
público no carnaval, vai influenciar na eleição. “Muita gente
tá insatisfeita com o prefeito, antes ele era um cara que
participava da festa, aqui na nossa cidade. Saia no meio das bandas,
participava com a comunidade, mas de repente some, tira os foliões de
bandidos e tenta acabar com o carnaval. Na próxima eleição eles
vão receber o troco, as comunidades não irão esquecer”.
Argumentou indignado Valdemar. Mas esse não é um pensamento
isolado, apesar de não deixar claro por medo de represálias os
dirigentes de agremiações também comungam da mesma ideia, e a
comunidade do samba vai dar o troco, doa a quem doer. Pois tem muita
gente engajada no samba insatisfeita e a Secult esqueceu que carnaval
não é baderna, é Cultura Popular. Até agora a secretaria não
fez nada para minimizar os danos, causados por essa indisposição,
mas sabem fazer “posts” indignados na internet, quando o
presidente da república encerra o Ministério da cultura, difícil
entender essa gente.
----------------- VEJA AS FOTOS DA PASSARELA DRÁUSIO DA CRUZ--------------
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