sábado, 1 de fevereiro de 2020

NOVO MOLDE DO CARNABANDA SANTOS PODE ACABAR COM A FESTA


Por Klinger Branco

NOVO FORMATO DO CARNAVAL DE RUA NÃO AGRADOU DIRIGENTES DAS AGREMIAÇÕES 


A suspensão dos desfiles ocorreu após confusão acontecida na banda Carnatolê no Gonzaga no dia (28/01) . Na última  sexta-feira, a prefeitura anunciou que os desfiles voltarão a acontecer a partir da terça-feira (04/02), mas com restrição de público e novas precauções de segurança. A medida foi tomada pelo Comitê de Segurança e Fiscalização das Bandas Carnavalescas, Prefeitura de Santos e Polícia Militar, os quais definiram as mudanças. O Carnabanda Santos 2020 será retomado a partir da próxima terça-feira, mas uma coisa é certa: o acesso da população ao evento será limitado e só participarão aqueles selecionados pelos organizadores da festa. Quem não tiver abadá e não for considerado adequado vai ficar de fora. Outro ponto importante é que as bandas ficarão paradas, estacionadas como aconteceu na Banda Carnatolê, porém dessa vez com gradil e cordões de isolamento, aumentando o nível de segurança. Segundo os dirigentes da Secretaria de Cultura ( Secult ) este foi um acordo acertado junto aos dirigentes de bandas e o poder
público. Ficando definido que os blocos permanecerão nas vias públicas, em seus bairros de origem, porém os carros de som permanecerão parados, em ambiente controlado nos perímetros fechados por gradis. O acesso e a permanência do público nesses locais serão permitidos apenas às pessoas autorizadas pelos organizadores de cada banda usando pulseiras de identificação. Segundo a prefeitura, para ampliar a segurança, haverá revista e detector de metal na entrada e instalação de torres de observação de quatro metros com integrantes da Guarda Civil Municipal (GCM) e da Polícia Militar. Também serão utilizados drones nas ações de vigilância da GCM. Além disso, a PM anunciou ampliação do efetivo, contando com Força Tática nas imediações onde acontecerá o evento, além da atividade delegada. A prefeitura também afirma que exigirá dos organizadores das bandas o dobro do número de seguranças particulares inicialmente contratados. Caso alguma nova ocorrência grave seja registrada, todo o calendário do evento será cancelado. O que a maioria dos dirigentes das bandas questiona é a forma como poderão ignorar a sua comunidade, como segregar um em detrimento de outro, sendo que a maioria dos recursos usados na festa advêm de toda a comunidade. A festa cultural que se propõe a fazer a alegria do povo da periferia, acabou por se tornar objeto de segregação, dando total poder a elite, para controlar e ditar as regras de quem pode ou não se divertir no carnaval. Para a maioria dos sambistas da região os dirigentes do carnaval de Santos acabaram de selar o destino do carnaval de rua na cidade, e esse futuro é incerto e provocativo e apoiado por pessoas que não reconhecem a cultura popular.

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