Por Klinger Branco
NOVO FORMATO DO CARNAVAL DE RUA NÃO AGRADOU DIRIGENTES DAS AGREMIAÇÕES
A
suspensão dos desfiles ocorreu após confusão acontecida na banda
Carnatolê no Gonzaga no dia (28/01) . Na última sexta-feira, a prefeitura anunciou que
os desfiles voltarão a acontecer a partir da terça-feira (04/02),
mas com restrição de público e novas precauções de segurança. A
medida foi tomada pelo Comitê de Segurança e Fiscalização das
Bandas Carnavalescas, Prefeitura de Santos e Polícia Militar, os
quais definiram as mudanças. O Carnabanda Santos 2020 será
retomado a partir da próxima terça-feira, mas uma coisa é certa: o
acesso da população ao evento será limitado e só participarão
aqueles selecionados pelos organizadores da festa. Quem não tiver
abadá e não for considerado adequado vai ficar de fora. Outro ponto
importante é que as bandas ficarão paradas, estacionadas como
aconteceu na Banda Carnatolê, porém dessa vez com gradil e cordões
de isolamento, aumentando o nível de segurança. Segundo os
dirigentes da Secretaria de Cultura ( Secult ) este foi um acordo
acertado junto aos dirigentes de bandas e o poder
público. Ficando
definido que os blocos permanecerão nas vias públicas, em seus
bairros de origem, porém os carros de som permanecerão parados, em
ambiente controlado nos perímetros fechados por gradis. O acesso e a
permanência do público nesses locais serão permitidos apenas às
pessoas autorizadas pelos organizadores de cada banda usando
pulseiras de identificação. Segundo a prefeitura, para ampliar a
segurança, haverá revista e detector de metal na entrada e
instalação de torres de observação de quatro metros com
integrantes da Guarda Civil Municipal (GCM) e da Polícia Militar.
Também serão utilizados drones nas ações de vigilância da GCM.
Além disso, a PM anunciou ampliação do efetivo, contando com Força
Tática nas imediações onde acontecerá o evento, além da
atividade delegada. A prefeitura também afirma que exigirá dos
organizadores das bandas o dobro do número de seguranças
particulares inicialmente contratados. Caso alguma nova ocorrência
grave seja registrada, todo o calendário do evento será cancelado.
O que a maioria dos dirigentes das bandas questiona é a forma como
poderão ignorar a sua comunidade, como segregar um em detrimento de
outro, sendo que a maioria dos recursos usados na festa advêm de
toda a comunidade. A festa cultural que se propõe a fazer a alegria
do povo da periferia, acabou por se tornar objeto de segregação,
dando total poder a elite, para controlar e ditar as regras de quem
pode ou não se divertir no carnaval. Para a maioria dos sambistas da
região os dirigentes do carnaval de Santos acabaram de selar o
destino do carnaval de rua na cidade, e esse futuro é incerto e
provocativo e apoiado por pessoas que não reconhecem a cultura
popular.
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